Publicado em 13/07/2023

Faep pede a volta dos 140 dias para a semeadura da soja

Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) enviou, nesta quarta-feira (12), um ofício ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) pedindo que volte a vigorar no Paraná o calendário de semeadura da soja com 140 dias, como ocorria nas safras passadas.


O pedido é uma reação à Portaria 840, da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, que altera o calendário de plantio para a Safra 2023/24, encurtando a janela para 100 dias.


No caso do Paraná, os produtores poderão semear as lavouras entre 11 de setembro e 19 de dezembro.


Assinado pelo presidente da Faep, Ágide Meneguette, o ofício argumenta que a medida recém-anunciada traria impactos ao planejamento da safra e questiona a falta de diálogo com o setor.


“A redução do período de semeadura [anunciada] a dois meses de seu início [11 de setembro] causa um impacto no planejamento dos produtores, a maioria em fase de pré-custeio da safra. Mais ainda pelo fato de tal alteração não ter sido amplamente discutida com o setor”, alerta o dirigente.


Segundo o Mapa, o calendário foi encurtado como medida fitossanitária complementar ao período de vazio sanitário da soja, na tentativa de reduzir a disseminação da ferrugem asiática, uma das mais severas doenças que atacam as lavouras da oleaginosa.


O Ministério também aponta que as janelas de semeadura foram definidas a partir da análise de dados do Consórcio Antiferrugem, que detectou o aumento expressivo de casos da doença, conforme relatórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


No ofício, a Faep traz uma ressalva importante sobre esse tópico.


O aumento dos casos de ferrugem deve ser analisado em perspectiva, dentro de um período mais abrangente, principalmente porque a Safra 2021/22 foi atípica: naquele ciclo, o Paraná enfrentou uma seca extrema, cenário que fez com que os casos de ferrugem caíssem ao menor patamar já registrados no estado.


Com a queda dos números em decorrência de fatores climáticos, era esperado que os casos voltassem a subir.


“Portanto, este aumento percentual tem como base de comparação o menor número de casos da série histórica de monitoramento de ferrugem, decorrente da maior seca registrada. Se considerarmos a média dos últimos cinco anos, anteriores a esta safra atípica [de 2021/22], as 83 ocorrências de ferrugem asiática no Paraná na Safra 2022/23 estão abaixo da média das últimas seis safras”, destaca o presidente da Faep.


Além disso, a Faep sugere que as autoridades continuem monitorando a situação da safra, e se houver piora dos casos, que o Ministério discuta com o setor medidas necessárias.


“Reforçamos a importância das medidas de controle, mas a mudança abrupta e intempestiva não é salutar ao engajamento que sempre defendemos que os produtores rurais do nosso Estado tivessem”, conclui Meneguette.


Fonte: Canal Rural